quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Uma carta-texto nunca enviada. Julho 2007

Hoje, um coração manso...
pensamentos ocasionais em pessoas, mas nada que tenha me acalentado o coração
um lagarto, de sangre frio...o clima determinando as sensações do ser.
As vezes parece que o sentir some ou some mesmo, perde o brilho,
estrelas que morrem, esfriam e aparentam nunca ter existido.

A ausência não chega a ser de todo má compania e você se acostuma...
quando náo há perspectivas de tempo isso é mais claro.
Nas laterias não, no pré e pós momento é intenso, forte.
A alma já inquieta fica apertada,
nos caminhos do meio, tudo é mediano, a vida é morna
"é bom, mas é rotineiro" "tem seus defeitos, mas faz parte."

claro, certas ocasiões:
uma surpresa, uma lembrança de outrora, uma imagem:
fuuuuuuuuup viagem no tempo!
O eu tensiona, acelera, entristece e
sabe que o único lugar onde não quer estar é aqui,
no hoje.

Entre cobertores, o eu derramou lágrimas,
quando o fez foi porque pressentiu o hoje,
sabia que esse dia chegaria.
Não pôde explicar pra outrem o porque da salmoura quente derramada em dias ainda quentes

não era medo das nuvens que fechariam o tempo tornando a vida imperceptivel pra o eu de mim mesma, nao tratava-se disso.
Sei que no amanhã a expectativa é do depois de amanhã
mas o receio do hoje no ontem, ah como abalou
amanhã seja como for, não se trata disso
mas foi a postura do eu ontem
no ontem eu não podia admitir o hoje,
podia aceitar a expectativa do amanhã,
mas não o hoje
ontem eu só podia admitir o próprio momento!
por isso o choro tolo...

com a alma a mil,
não quis calar o coração, mas o fiz
e assim hoje lamento com pesar
o silêncio d'alma quando esta queria cantar.

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