quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Romantismo


Coração. pá-pápá, pá-pápá, pá-papá. Assim sabia que estava ansiosa, tentava disfarçar. Pros outros era mais fácil, movimentos lentos e sorrisos meio-abertos lhe emprestavam todo um aspecto sereno que não deixava transparecer a terceiros a tormenta dentro de si, em relação a eles, estava segura.
Para ela mesma era mais complicado, no entanto tentava distrair-se, fazer o tempo passar, ora com música, ora com livros ou qualquer outro recurso que evitasse ficar olhando para a parede enquanto o relógio anda irritadiçamente no mesmo tempo de sempre.
Por toda a vida fora assim, extremamente ansiosa, como quem tem tanta pressa de viver que não vive. Ironia, por medo dos tropeços ou por viver mentalmente aqueles dois minutos de algo por tardes inteiras de nada. Castelos de areia predizendo momentos que nunca se repetiam como foram em seus pensamentos. E o coração pá-pápá, pá-pápá, pá-pápá. Assim sabia, não podia se enganar, o frio no estômago e o coração, lá, constante, alto. Pá-pápá.
Enquanto vivesse nesses cinco minutos para o que quer que fosse, estaria dessa forma, mãos geladas e o coração...lá.

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